quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

5 motivos para você manter um diálogo com seu bebê na barriga

É perto dos oito meses que seu bebê vai falar as primeiras palavras, mas você sabia que mesmo antes de o bebê nascer, ele já começa a aprender noções de linguagem? De acordo com o neuropediatra Mauro Muszkat, da Universidade Federal de São Paulo, por volta da 26ª semana de gravidez da gestante, o feto já está com o sistema neurológico e de audição totalmente formado e pronto para atender aos estímulos do mundo de cá. Aqui, você confere cinco bons motivos para bater um papo bem gostoso com bebê ainda dentro da barriga.

1) Primeiro contato com a linguagem

Muitos estudos já foram feitos para descobrir o momento em que começam as primeiras experiências de linguagem e aprendizado de uma criança. O mais recente deles, feito pelo Instituto Nacional de Saúde e pelo Hospital da Criança de Estocolmo, com 40 recém-nascidos americanos e 40 suíços, todos com menos de 30 horas de vida, mostrou que os bebês prestam mais atenção à língua nativa.

Para chegar a esse resultado, os bebês receberam mamadeiras que monitoravam a intensidade do movimento de suas bocas e mandavam a mensagem a um computador. Enquanto os bebês sugavam as mamadeiras, as mães pronunciavam algumas vogais.

Os pesquisadores perceberam que quando as vogais eram pronunciadas na linguagem nativa do bebê, os batimentos cardíacos se aceleravam e ele parava de sugar o leite, como se estivesse prestando atenção. Já quando o som lhe era desconhecido, ou seja, as vogais de uma língua estrangeira, ele parecia não ouvir e continuava a mamar tranquilamente.

2) Ambiente seguro
Outro estudo, realizado pela Universidade de Brasília, testou a capacidade do recém-nascido de reconhecer a voz da mãe. Usando aparelhos de medição de respiração e frequência cardíaca, especialistas conseguiram observar as reações dos bebês ao ouvir música em três momentos: uma canção de ritmo acelerado cantada por uma voz masculina, uma de rimo lento cantada por outra voz masculina e a mesma música lenta, só que cantada pela mãe da criança.

“Quando era a mãe que cantava a canção, a frequência cardíaca e a movimentação do bebê ficavam mais tranquilas, a atenção era maior também”, notou a terapeuta ocupacional Mônica Lemos, uma das líderes da pesquisa,. “Quanto mais precoce for esse contato da mãe com o bebê, mais seguro ele vai se desenvolver. E uma criança segura aprende mais fácil, se relaciona melhor, é mais aberta”, completa a pesquisadora.
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3ª) Estreitamento de vínculo

Quando nós ouvimos a voz de alguém ou uma música, guardamos aquele som na memória e conseguimos identificar o autor, cantar trechos da música e até resgatar situações associadas ao que estávamos fazendo enquanto ouvíamos aquele som. Com os bebês, porém, o processo funciona um pouco diferente.

“Tudo o que o bebê escuta é organizado em áreas mais emocionais do cérebro, ou seja, ele não tem uma memória consciente, mas resgata os sons por meio de sentimentos e sensações”, explica o neuropediatra Mauro Muszkat, da Universidade Federal de São Paulo.

Isso significa que tudo o que a criança sentir está intimamente relacionado aos sentimentos da mãe. Com a música é a mesma coisa. Quando a mãe escuta ou canta uma música que ela gosta, isso desperta no feto uma reação de bem-estar e vice-versa. “Quem seleciona o que a criança gosta ou não é o próprio sistema afetivo emocional da mãe. Aquilo que a ajuda a relaxar, aquilo que traz alegria ou aquilo que a deixa irritada vai ser transmitido para a criança através dos sentimentos”, finaliza o neuropediatra.
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Quando a mãe escuta ou canta uma música que ela gosta desperta passa ao bebê sensação de prazer e bem-estar
4) Ajuda na adaptação do novo mundo
O útero é um lugar escuro e quentinho, onde o bebê se sente calmo, seguro e protegido. Quando ele nasce, tudo muda. “Com o parto, a criança passa por um período de adaptação ao toque, aos sons e às luzes. É muita coisa de uma vez só”, explica o professor de neurologia da Universidade de Brasília, Carlos Nogueira Aucelio. Já sabendo disso, se a mãe começar a conversar bastante com a criança e, mais do que isso, aprender a colocar sempre algum tipo de música para o bebê, isso ajudará nessa adaptação. “O som que o recém-nascido ouvia na barriga gera uma lembrança da época em que ele estava seguro no útero”, afirma o professor.

5) Auxilia no aprendizado cognitivo

A música mexe com aspectos emocionais. Isso significa que quanto mais cedo os pais apresentaram para a criança essa combinação de sons como uma forma positiva, relaxante e feliz, maior é a tendência de a criança usar a linguagem musical como forma de aprendizado e desenvolvimento cognitivo.

O pai também pode

Conversar com a barriga pode ser algo estranho e até embaraçoso no começo, especialmente para os pais. Porém, mais importante do que superar a barreira da vergonha é o pai explicar para a criança que, assim como a mãe, ele também faz parte da vida dela. “Uma coisa que a gente fala para os pais é que a mãe está ali o tempo todo, o bebê já nasce ouvindo a voz e sentindo o cheio dela. Do pai não. Ele precisa fazer a criança ouvir sua voz, tocar a barriga da mãe para a criança sentir o toque, é importante que o pai entre em contato com o bebê. Apesar de o feto não entender o significado das palavras, ele consegue perceber o carinho”, ensina Mônica Lemos. Por isso, a dica é deixar qualquer inibição de lado e conversar com a barriga, sim. Vale tudo, contar como foi o dia, fazer brincadeiras com o bebê, colocar uma música que você gosta de ouvir. O importante é vocês, pais e mães, constituírem uma relação verbal com a criança desde muito cedo e avisá-la de que quando ela chegar vai encontrar muito amor e carinho por aqui.

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Gestantes com incontinência urinária têm 6 vezes mais chance de continuar com o problema depois do parto

Você vai perceber que durante a gravidez as suas idas ao banheiro para fazer xixi vão aumentar, principalmente no fim da gestação, quando o útero está mais dilatado e o peso do bebê comprime a bexiga. Isso faz com que ela consiga armazenar menos líquido e, às vezes, a urina pode vazar se você fizer algum esforço mais forte ou inesperado, como espirrar ou tossir. Esse vazamento é chamado de incontinência.

Um novo estudo mostra que as mulheres que sofriam com a incontinência durante a gestação têm seis vezes mais chances de continuar com o problema depois do bebê nascer quando comparadas às mães que nunca tiveram os sintomas. E, entre as que tinham a incontinência urinária e tiveram parto normal, o risco do problema permanecer nas primeiras semanas após o parto era ainda maior . Mulheres acima do peso também apresentaram mais riscos, assim como as que tinham mais de 35 anos ou que traziam um histórico de incontinência na família.


A incontinência pode ser causada por três motivos diferentes. Entre as grávidas, o mais comum é pela compressão da bexiga, que fica apertada pelo útero. Esse é um caso benigno, que acaba assim que termina a gravidez. Mas o problema também pode acontecer se a mulher apresentar uma composição genética fraca de seu colágeno (uma proteína importante para unir e fortalecer tecidos do organismo), o que pode já acarretar a frouxidão dos músculos da bexiga pelo simples motivo dela ter ficado grávida e esses músculos terem sido forçados. Uma causa mais grave pode ocorrer durante um parto vaginal se o bebê for muito grande, se o parto for mal assistido ou se for utilizado fórceps de maneira errada. Nessas condições, os músculos que apoiam a bexiga podem ser lesionados permanentemente.


Como explica Alexandre Pupo, ginecologista e obstetra do hospital Sírio Libanês, o problema pode persistir até seis meses depois do parto. Nos casos mais graves de lesão, a única forma de acabar com a incontinência é por cirurgia. Isso porque “o problema primário não está no assoalho pélvico, mas nos músculos que sustentam a bexiga. Quando o caso não é grave, exercitar os músculos pélvicos pode ser o suficiente para acabar com a incontinência”.


Isso não quer dizer que as mulheres que têm parto normal vão ter incontinência após a chegada do bebê. É bom lembrar que nem todos os partos vaginais levam a uma lesão desses músculos. O problema acontece com mais frequência em mulheres que já apresentam histórico do problema na família. Nesses casos a causa é, principalmente, o colágeno fraco que o próprio organismo da mulher produz e que é formado segundo sua genética.